domingo, 23 de fevereiro de 2014

"A TERCEIRA IDADE"



VERSOS EM DECASSÍLABOS, DESCREVENDO O TEMA: “A TERCEIRA IDADE”
ESCREVEU: DAVI CALISTO NETO.

A janela do tempo se abriu
Eu olhei vi o mundo em minha frente
Com a soma dos anos estou doente
Mocidade a tempo que partiu
De saudades meu coração sentiu
Um abalo que bate  devagar
Sem ter como a infância retornar
Os meus sonhos estão pela metade
Acabou-se a minha vaidade
Hoje em dia só resta recordar

No espaço do tempo eu sucumbi
O que tinha de bom ele levou
As migalhas da vida que ficou
Minha infância passou e eu não vi
Na idade adulta eu aprendi
Que o passado pra mim não é contado
O futuro é sempre o esperado
O presente tornou-se uma mesmice
Despertando eu senti que a velhice
Hoje em dia é fato consumado

O passado é tempo que não soma
O presente é a realidade
Da infância me resta a saudade
Que o tempo lutou, porém não toma.
No tatame da vida eu fui pra lona
Que o tempo foi quem nocauteou
Mas no pódium da vida me restou
A imagem gravada em minha mente
Da medalha de ouro reluzente
Que a justiça do tempo confiscou

Não me sinto ainda derrotado
Mas o tempo minou minhas estruturas
Os meus dias de glórias e aventuras 
Fez com que meu perfil fosse marcado
O meu rosto se encontra enrugado
O meu corpo não tem agilidade
Acabou-se a minha ansiedade
Os meus sonhos já foram limitados
Meus desejos estão sendo superados
Pela dura e cruel realidade

Quando alguém chega aonde eu cheguei
Lamentar é única solução
Mas quem vive não tem outra opção
É por isso que eu já me conformei
Os fracassos da idade eu aceitei
Como prêmios da vida já vivida
Mocidade se encontra adormecida
Num estado latente de prazer
Vez enquanto eu volto pra rever
Sem querer findo dando gargalhada






terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

"MOTE. A ÁGUA INCOLOR DAR COR/AO CHÃO SEM COR DO SERTÃO"



                            MOTE DE AUTORIA DE GILDAZIO CARREIRO
ESCREVEU: DAVI CALISTO NETO


A chuva é quem trás mudança
No comportamento animal
Também muda o vegetal
Deixando verde a ervansa
Ativa a nossa lembrança
Nos trás a recordação
Faz chorar o ancião
Lembrando-se do seu amor
A água incolor dar cor
Ao chão sem cor do sertão

Na copa do cajueiro
O sabiá gorjeando
Vê-se um bezerro pastando
Andando lá no terreiro
Lá dentro do tabuleiro
Um touro escava o chão
Dentro o riacho o carão
Solta sua voz de tenor
A água incolor dar cor
Ao chão sem cor do sertão

O sapo lá na lagoa
Com sua música orquestrada
Começa de madrugada
Que o som da voz entoa
Seu corpo é como uma canoa
Mudando de direção
Não pratica natação
Cristo é o seu professor
 A água incolor dar cor
Ao chão sem cor do sertão

Quando a terra está molhada
Tem um cheiro especial
E dentro do matagal
Cachoeira faz zoada
A folhagem na chapada
Cobrindo a vegetação
Sertanejo engrossa a mão
Por ser um agricultor
A água incolor dar cor
Ao chão sem cor do sertão

A chuva que cai do céu
Faz grande transformação
Cobrindo a cara do chão
Com se fosse um véu
Para a terra é um troféu
Na sua competição
Entre o inverno e o verão
O inverno é vencedor
A água incolor dar cor
Ao chão sem cor do sertão

A chuva é a esperança
Do meu sertão nordestino
O adulto vira menino
E o tempo faz a cobrança
Nos transporta a ser criança
Na nossa imaginação
E essa transformação
Não tem quem saiba o valor
A água incolor dar cor
Ao chão sem cor do sertão

A serra solta fumaça
Como estivesse fumando
E nuvem branca passando
Como quem a serra abraça
O trovão que ameaça
Pela sua explosão
Chega estremecer o chão
E ao homem causa temor
A água incolor dar cor
Ao chão sem cor do sertão  

Depois de está ressequida
A caatinga enverdece
É isso que acontece 
Na minha terra sofrida 
Com a chuva distribuída 
Tem aumento a produção 
Deixa contente o patrão 
E o homem trabalhador 
A água incolor dar cor 
Ao chão sem cor do sertão 
 
 
  

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

"MOTE: DIANTE DA PROVIDÊNCIA/ A CIÊNCIA É MENTIROSA"




MOTE DO POETA ZÉ DE CAZUZA NUNES:
DIANTE DA PROVIDÊNCIA/A CIÊNCIA É MENTIROSA
ESCREVEU: DAVI CALISTO NETO.

 Foi Lázaro ressuscitado
Depois da morte três dias
De acordo as profecias
Na Bíblia está registrado
A ciência tem buscado
Mas a cura é duvidosa
Pois a morte é majestosa
E a vida é sem competência
Diante da providência
A ciência é mentirosa

O homem no seu saber
De Deus só tem semelhança
E nesse sua esperança
Ele tenta aparecer
Mas nunca ele vai crescer
De maneira poderosa
Sua arte é duvidosa
Porque não tem consistência
Diante da providência
A ciência é mentirosa  

O homem já foi à lua
Agora quer ir a Marte
Mas não impede um infarte
Que obstruí uma veia sua
O câncer ainda continua
De uma forma impiedosa
Com sua fúria raivosa
Mata na adolescência
Diante da providência
A ciência é mentirosa

Uma simples dor de cabeça
Pode causar uma aneurisma
E vendo por esse prisma
É bom que o homem não esqueça
A providência obedeça
Por ela ser poderosa
Mesmo ela sendo ditosa
Não aceita interferência
Diante da providência
A ciência é mentirosa

A ciência hoje tem feito
De uma forma fantástica
Pra velhice tem a plástica
Mas pra morte não jeito
O doente no seu leito
Nunca quer saber de prosa
Mesmo da mãe amorosa
Que age com paciência
Diante da providência
A ciência é mentirosa

Quando o homem adoece
Que procura a medicina
O seu médico determina
Porém nem tudo acontece
Quando o mal permanece
A ação é desastrosa
A cura é meticulosa
Por sua convalescência
Diante da providência
A ciência é mentirosa  



quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

"VERSOS EM SETE LINHAS, DESCREVENDO O TEMA: COMO EU QUERIA O SERTÃO"



VERSOS EM SETE LINHAS, DESCREVENDO O TEMA: “COMO EU QUERIA O SERTÃO”.
ESCREVEU: DAVI CALISTO NETO.

Meu sertão eu gostaria
De vê-lo civilizado
Com menos analfabetos
Com o seu povo educado
Com os jovens na escola
Sem precisar de esmola
Pra poder ser sustentado

O sertanejo educado
Poderá se defender
Na hora de dá seu voto
Saber melhor escolher
Ser menos alienado
Está sempre preparado
Nunca querer se vender

Os políticos que fazer
O sertão ficar deserto
O sertanejo oprimido
Sem saber o que está certo
Vive do bolsa família
Enquanto lá em Brasília
Quem rouba está liberto

Eu não queria está perto
De quem engana a Nação
Mas como um sertanejo
Eu zelo por tradição
Meu sertão está diferente
O sertanejo valente
Hoje já desmunheca a mão

Devido à globalização
Sertanejo hoje já pode
Assistir na televisão
O homem que se sacode
Foi mudada essa cultura
Antigamente uma escritura
Era um cabelo do bigode

O sertanejo ainda pode
Lutar pelas tradições
Na era da internet
Com as suas evoluções
Voltando as suas origens
Onde as mulheres virgens
Tinha mais aceitações

O sertão sem tradições
Deixará de ser sertão
O cantador de viola
Não tem mais aceitação
A música é estilizada
Não tem forró de latada
Nem se toca mais baião

Não se escuta Gonzagão
Que cantava o sertanejo
Assum preto e Boi fubá
Alguém ouvindo, eu não vejo.
Asa Branca não voltou
E meu sertão se tornou
Uma terra sem desejo

A passos de caranguejo
O sertão foi transformado
A internet chegou
Com seu poder consagrado
Com suas subversões
Tem mudado as tradições
No jovem despreparado

Prefiro ficar calado 
Pra não usar preconceito
Mas o sertão a onde eu nasci
Não está do mesmo jeito
Nesse mundo digital 
Quem está do lado do mal 
Está sendo mais aceito