segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

"VERSOS EM SETE LINHAS, DESCREVENDO O TEMA: O SERTÃO ESTÁ MORRENDO"



VERSOS EM SETE LINHAS DESCREVENDO O TEMA:
O SERTÃO ESTÁ MORRENDO.
ESCREVEU: DAVI CALISTO NETO.

Só sendo uma maldição
Que acontece no nordeste
São bastante duas chuvas
Que a caatinga se veste
Sem animais no aprisco
A transposição do Chico
O político não investe

São muitos poucos os que prestam
E defende o nordestino
As promessas de mudanças
Eu ouço desde de menino
Estou ficando um ancião
E essa transformação
Só se vier do Divino

Esse regime assassino
Está destruindo o sertão
Há mais de quinhentos anos
Se fala em transposição
Sem ações definitivas
Restam ações paliativas
Que não trazem solução

Nordeste sem produção
Sem ter voz e sem ter vez
A pobreza está refém
De uma esmola por mês
Os jovens acomodados
Os princípios transformados
Em sonhos de pequinês

Chamo atenção pra vocês
Meu sertão está sucumbindo
O rebanho dizimado
Os mananciais sumindo
Governos sem atitudes
Deixam de fazer açudes
Estádios tão construindo

O rico do pobre rindo
Pela fome e os flagelos
Milhões e milhões são gastos
Na construção de castelos
As distorções sociais
E os problemas nacionais
Em caminhos paralelos

Um polígono amarelo
Representando a riqueza
Só no pano da Bandeira
Pode se ver a beleza
Milhões são arrecadados
Os nordestinos isolados
Permanecem na pobreza

Revolta da natureza
O sertão em abandono
Os governantes corruptos
Roubando pra está no trono
Sertanejos alienados
Senadores e Deputados
Com seu extinto tirano   





quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

"MOTE: NÃO HÁ COISA MAIS PESADA/DO QUE UMA TRAIÇÃO"




VERSOS A PEDIDO DE UMA AMIGA
ESCREVEU: DAVI CALISTO NETO

Eu sempre me comportei
De maneira exemplar
Fiz tudo para agradar
Só não sei se agradei
A minha vida eu levei
Com muita dedicação
Hoje vivo na solidão
Já amei não sou amada
Não há coisa mais pesada
Do que uma traição

Ao casar ainda nova
Perdi minha mocidade
E a minha felicidade
Hoje em dia está em prova
Cada ano ela renova
A minha decepção
Sem encontrar opção
Mina vida é devastada
Não há coisa mais pesada
Do que uma traição

Os filhos que eu gerei
De mim não quer nem saber
Eu vivo sem entender
A onde foi que eu errei
Qual o mal que eu pratiquei
Pra não receber perdão
Onde está minha razão
Por que não sou acatada
Não há coisa mais pesada
Do que uma traição

Às vezes eu fico pensando
Porque me encontro só
Como mãe e como avó
Não estão me considerando
No meu lar está faltando
Amor e dedicação
Falta quem me der à mão
E me chame da amada
Não há coisa mais pesada
Do que uma traição

Comportei-me como dama
O meu amor é fiel
Desempenhei meu papel
Mesmo enfrentando drama
Quem hoje de mim reclama
De mim não tem compaixão
Em busca de solução
Vivo a vida angustiada
Não há coisa mais pesada
Do que uma traição

Sei que a vida é passageira
E o tempo é implacável
Deixa agente vulnerável
Vai passando de carreira
A mulher que é caseira
E nunca tem diversão
Vai vivendo de ilusão
Numa vida amargurada
Não há coisa mais pesada
Do que uma traição

Entre todos os sentimentos
A ingratidão eu destaco
Atinge-nos o ponto fraco
Destrói nossos argumentos
Por isso quem meus lamentos
Está nessa direção
Sou vítima da traição
Eu me sinto derrotada
 Não há coisa mais pesada
Do que uma traição

Meu viver é complicado
Muda-lo é quase impossível
Cada ano aumenta o nível
De um viver angustiado
Quem se encontra do meu lado
Não me tem compreensão
Eu estou na contramão
Caminhando nessa estrada
Não há coisa mais pesada
Do que uma traição





domingo, 5 de janeiro de 2014

"MOTE: A TERRA DE TUDO DAR/E O HOMEM NÃO PLANTA MAIS"





VERSOS EM SETE SÍLABAS, DESCREVENDO O MOTE: A TERRA DE TUDO DAR/E O HOMEM NÃO PLANTA MAIS.
ESCREVEU: DAVI CALISTO NETO
De maneira soberana
A terra de tudo trás
Somente ela é capaz
De pôr açúcar na cana
Botar óleo na mamona
Sustentar os vegetais
No reino dos animais
Ela ao homem alimentar
A terra de tudo dar
E o homem não planta mais

O limão ser muito azedo
E a manga ter doçura
A cana dar rapadura
Só Deus sabe esse segredo
Xixi-que no lajedo
Não dar abrigo aos pardais
Mas a terra ser capaz
Dessa planta sustentar
A terra de tudo dar
E o homem não planta mais

Um caroço de feijão
O homem pode fazer
Só não faz ele nascer
Nem serve de refeição
A terra é quem dar o pão
Com as chuvas pluviais
Transformadas em seriais
Para o mundo alimentar
A terra de tudo dar
E o homem não planta mais
  
Depois da cova cavada
O homem joga a semente
Ela imediatamente
Começa a ser transformada
Depois de engravidada
Nascem os brotos germinais
Entres outras plantas rivais
Ela tende a despontar
A terra de tudo dar
E o homem não planta mais

Desde a planta mais rasteira
Há o Cedro portentoso
Somente o Deus poderoso
É quem faz dessa maneira
A terra como hospedeira
De plantas e canaviais
E o canto dos sabiás
Faz a terra acalentar
 A terra de tudo dar
E o homem não planta mais

Mesmo com açude cheio
Ninguém quer mais produzir
Tudo hoje é consumir
Sem saber de onde veio
A terra como um esteio
Com os seus mananciais
Mesmo as plantas sazonais
Não tem como safrejar
A terra de tudo dar
E o homem não planta mais 

Eu não estou condenando
Ao homem trabalhador
Mas hoje o agricultor
Está se modificando
O governo os controlando
Com os planos sociais
Quem recebe esses reais
Nunca mais quer trabalhar
A terra de tudo de dar
E o homem não planta mais

Essa profissão malvada
Que demora a dar retorno
Ao jovem não dar adorno
E nem camisa estampada
Afugenta a namorada
Por elas ser joviais
Quem trabalha é sem cartaz
Sem tempo pra cortejar  
A terra de tudo dar
E o homem não planta mais